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Terça-feira, 28.04.15

As Contas da Legislatura

Governo e PS apresentaram as suas propostas de política económica para a próxima legislatura. Esse exercício tem a enorme vantagem de revelar a grande sintonia de pontos de vista entre ambos no que é essencial, ainda que subsistam algumas diferenças de pormenor. E isso é claro de vários pontos de vista.

O primeiro é o da lógica interna do quadro macroeconómico. No caso do PS há dois cenários, mas para os seus redatores aquele que conta é o que parte de expectativas otimistas em relação à conjuntura europeia. Isso é desde logo visível na antecipação do crescimento das exportações na ordem dos 6% entre 2016 e 2019, o que se aproxima daquilo que o governo estimou no PEC 2015-2019 (5,6%). Isto implica prever um novo ciclo que inverta a tendência de desaceleração das exportações nos últimos anos, que cresceram 4,4% em 2013 e 1,9% em 2014.

É verdade que a baixa do preço do petróleo, a desvalorização do euro e as políticas de quantity easing podem dar uma ajuda ao desanuviamento europeu, mas convém não esquecer que grande parte do nosso comércio externo se faz no interior do espaço europeu e, por isso, o estímulo cambial pode funcionar apenas parcialmente. Neste caso as expectativas otimistas de governo e PS podem falhar e inviabilizar todo o cenário macroeconómico antecipado.

Daqui decorre uma série de consequências, a primeira relacionada com a possibilidade de acomodar um ritmo de crescimento das importações igualmente próximo dos 6%, o que marca uma intenção de abrandar a contenção do passado recente. Também neste domínio a proximidade com as expectativas do governo é muito grande (5,45%) e não é por acaso, ambos sugerem um relançamento do consumo privado na ordem dos 2% porque estamos a 6 meses de eleições e não podiam aspirar a ganhá-las de outra forma.

É com base nesta simulação que se anteveem boas hipóteses de crescimento do PIB e do emprego, sendo que o PS é sempre mais otimista (2,6% contra 2,3% em média quanto ao crescimento do PIB e 7,4% contra 11,1% quanto à taxa de desemprego em 2019). Como contrapartida a dívida pública reduz-se mais rapidamente na proposta do governo (117% e 107% do PIB em 2019).

Autoria e outros dados (tags, etc)

por adelino fortunato às 17:51
editado por Jorge Candeias às 17:53


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