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Terça-feira, 17.03.15

O Arquivo Morto

Sem grande surpresa a Presidência da República ou o reformado que ocupa o cargo, arquivou a petição que juntou mais de 19.000 assinaturas, pedindo a demissão do Primeiro-Ministro, por falta de requisitos. Tecnicidades...

 

Estava condenada à partida, porque a falta às obrigações contributivas do sujeito que criminaliza o comum dos contribuintes por dívidas de 3.500 euros e penhora sem apelo as casa das famílias, foi esclarecida quando "deu as explicações que entendeu". As "explicações que entendeu", não todas as explicações ou as explicações necessárias, apenas as que entendeu.

 

Se há coisa garantida em Cavaco é este cinismo retórico e chico-espertísmo, sempre com uma no cravo e outra na ferradura, para mais tarde, podendo ser confrontado com novo escândalo, desmentido ou crítica, poder reinterpretar livremente o que disse ou, o que nós, simples ignorantes não percebemos.

 

Ficámos a saber tratarem-se de questões "politico-partidárias", uns arremessos feios, daqueles feitos por políticos, essa turba asquerosa de gente a que Cavaco não pertence, cravando assim mais uns pregos no caixão da credibilidade da política.

 

E finalmente, deu-lhe um "certo cheirinho a eleições", decerto um cheirinho premonitório ou o tiro de partida para a catadupa de eventos que se seguiram: VEM, investimento em PPPs com fartura, espantosos crescimentos de 2% e o 3º ano consecutivo de viragem.

 

É pena nunca lhe ter dado o "cheirinho a regular funcionamento das instituições", quando a Justiça paralisa meses a fio e é cerceada ao cidadão comum, o ano lectivo começa no final do 1º período num sistema de ensino em cacos e nos hospitais os seus concidadãos morrem de austericídio crónico, nas filas de espera dum SNS levado à ruptura.

 

É pena os sacrifícios terem limites, mas nunca chegarmos ao limite dos sacrifícios, com o IMI a aumentar entre 35% a 40% este ano.

 

É pena tão triste figura presidencial, maestro e ombro amigo de um governo pior, numa altura tão crítica.
Foi mesmo a tempestade perfeita e é penoso vê-lo arrastar-se para o final do seu mandato, com muito "pivete a mandatário de campanha".

 

É pena o Palácio de Belém ter sido apenas o Arquivo Morto de inconstitucionalidades reiteradas, da esperança, da dignidade e da indignação das portuguesas e dos portugueses.

 

Mau, muito mau mesmo... Arquive-se...

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por Ricardo Gonçalves às 17:31


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